Na manhã seguinte, o sol mal atravessava as cortinas pesadas do quarto de Deise quando ela despertou, mas o dia já parecia carregado. A cabeça latejava como se alguém martelasse dentro de seu crânio, fruto de uma noite maldormida e cheia de pensamentos inquietos.

Ela havia rolado na cama de um lado para o outro, tentando dar sentido ao turbilhão que a cercava — segredos revelados, mentiras envenenadas e sentimentos confusos. Cada palavra dita por Telles, cada risada sarcástica de Lucas, cada silêncio carregado de Miguel, ecoavam em sua mente como um pesadelo que não tinha fim.

E naquele instante, ao acordar, uma certeza surgia por entre as dores e as dúvidas: ela não podia mais esperar. Precisava ouvir a verdade da boca de Miguel, precisava encará-lo e perguntar sem rodeios sobre Thays Figueredo, sobre o acidente, sobre o passado, sobre eles. Não suportaria viver mais um dia imaginando se também havia sido enganada por aquele a quem amava com toda a alma.

Com essa decisão cravada em s