Capítulo 42

Alicia mal havia conseguido dormir naquela noite. Os lençóis do hotel estavam amassados, a janela entreaberta deixava entrar o som dos carros e um pouco da brisa da cidade, mas dentro dela havia apenas um furacão. Cada batida do coração parecia carregada de culpa, dúvida, medo. Ela já não sabia mais onde estava sua força — se é que algum dia tivera.

Na manhã seguinte, Alicia olhava o próprio reflexo no espelho do banheiro. O rosto pálido, os olhos fundos de tanto chorar. Tentou prender o cabelo, mas as mãos tremiam. Respirou fundo, jogou água no rosto, mas não foi suficiente para apagar o que queimava dentro dela.

O telefone tocou.

Ela hesitou, mas atendeu.

— Alô?

— Sou eu. Tô aqui fora — disse a voz grave e inconfundível de João.

Alicia fechou os olhos. O coração acelerou. Ela sabia que ele viria. Sabia que João não era do tipo que se afastava sem lutar. Ainda assim, seu peito se apertou.

Desceu devagar, como quem caminha para o cadafalso.

João estava encostado em um pilar discreto d
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