Dominic não avisou que estava indo.
Pegou o carro no início da manhã, antes do trânsito, antes das reuniões, antes de qualquer coisa que pudesse fazê-lo desistir. A estrada para o interior parecia longa demais para alguém que passou a vida inteira acreditando que tudo podia ser resolvido rápido.
Mas havia coisas que não obedeciam à pressa.
Ele chegou à cidade pouco depois do meio-dia. Pequena. Simples. O tipo de lugar onde as pessoas se cumprimentam pelo nome e estranham rostos novos. Dominic estacionou longe do centro, tirou o óculos escuros e respirou fundo.
Não era ali que ele pertencia.
Mas era ali que Lia estava.
A escola ficava a duas quadras da praça. Um prédio baixo, paredes claras, crianças correndo no pátio. Dominic parou do outro lado da rua, observando.
E então ele a viu.
Lia estava agachada ao lado de uma menina pequena, falando algo baixo, sorrindo de um jeito que ele não via há meses. Um sorriso leve. Solto. Sem vigilância.
Ela parecia… bem.
O peito de Dominic apertou.