Os gestos de Dominic continuaram por alguns dias. Sempre grandes. Sempre visíveis. Sempre comentados. A cidade passou a vê-lo como benfeitor, salvador, aquele homem poderoso que chegara para mudar tudo. As pessoas sorriam para ele. Agradeciam. Ofereciam café.
Mas Lia… se fechava.
Ela continuava indo ao trabalho, cumprindo horários, ajudando as crianças, rindo quando era natural rir. E, quando saía da escola, evitava a praça, mudava o caminho, entrava em casa mais cedo. Não queria confronto. Queria paz.
Miguel percebeu.
— Esse cara está te incomodando — ele disse certa noite, sentado no degrau da varanda, olhando para a rua vazia.
Lia não negou.
— Ele faz parte de um passado que eu deixei para trás — respondeu.
Miguel assentiu, simples.
— Se você quiser que eu fique mais perto… eu fico.
Ela sorriu de leve.
— Não precisa me proteger — disse. — Só… fica.
E Miguel ficou. Sem perguntas. Sem exigências. Como sempre.
No fim de semana, a cidade organizou uma pequena festa na praça para celebr