Os meses passaram quase sem aviso.
Não houve um marco claro dizendo agora estamos juntos. O relacionamento entre Lia e Dominic simplesmente aconteceu, silencioso, cuidadoso, construído nos intervalos do dia, nos olhares cúmplices, nas noites em que conversavam baixo depois que Aria dormia. Não era um romance vivido às claras, mas era real. Profundo. Presente.
Ou pelo menos… tinha sido.
Porque, pouco a pouco, algo começou a mudar.
Dominic passou a chegar mais tarde.
No começo, eram atrasos pequenos. Uma reunião que se estendia. Um jantar de negócios inevitável. Uma ligação urgente no fim da tarde. Lia entendia. Sempre entendeu. Dominic era um homem que carregava responsabilidades enormes, e ela jamais quis competir com isso.
Mas os atrasos começaram a virar rotina.
E a rotina começou a doer.
Aria sentia primeiro.
Ela se sentava no tapete da sala depois do jantar, segurando o ursinho, os olhos fixos na porta. Lia percebia o silêncio da menina ficar mais pesado, mais atento, como se cada