POV JOSÉ EDUARDO

De fato, não havia motivo para eu ter ficado três dias em observação naquele hospital. As duas tomografias tinham dado normais. Mas, como meu pai é rico e poderoso na cidade, os médicos ficaram com medo de me dar alta e me mantiveram lá por um protecionismo besta.

Bruno foi me buscar no hospital. Veio falando um monte de coisa no caminho, mas só uma delas chamou minha atenção.

— Mas e aí, e sua priminha?

— Tá falando da Catarina? — perguntei, franzindo a testa.

— Ela mesma. Tá lá ainda? Ou já fez ela vazar?

Ri com um certo nervosismo.

— Não, ela tá lá ainda.

— Hum, que bom. Que bom! — sorriu com uma malícia evidente.

Limpei a garganta antes de responder. Não queria ser mal interpretado, mas devo admitir que senti algo estranho ao vê-lo se animar com a ideia de ver a Catarina.

— Animado, né?

— Ah, já te falei que achei sua priminha uma gostosa. Aquele jeitinho de moça p