Manuela sempre foi uma menina romântica e batalhadora. Havia aberto a sua tão sonhada confeitaria há dois anos e namorava o contador Gustavo, o seu cliente mais fiel; mas o relacionamento de mais de um ano, que parecia perfeito, acabou em decepção quando descobriu que havia sido enganada: Gustavo roubou todo o seu dinheiro e covardemente fugiu. Agora, sem opção, terá que fechar a sua confeitaria, voltar para a casa de sua mãe e recomeçar do zero. E é em meio a tantas mudanças que ela conhece Caio, um homem lindo e rústico, com fama de durão e que a fascina ao dar início a um jogo de sedução que, pouco a pouco, vai envolvendo o seu frágil coração em uma teia de sentimentos. Mas depois de um relacionamento fracassado, Manuela ainda será capaz de se abrir novamente ao amor?
Leer másÉ com dor no coração que estou embalando as coisas da minha confeitaria — compradas com tanto sacrifício —, com as lágrimas rolando sem controle por meu rosto. Como Gustavo teve a coragem de fazer isso comigo?, pergunto-me mais uma vez, tentando, sem sucesso, afastar as lembranças. Ele sabia o quanto eu havia lutado para conquistar esse lugar; o que isso significava para mim.
— Eu sinto muito, Manu. Sei como amava essa loja — Camila fala enquanto coloca as pequenas formas de cupcake na caixa.
— O pior foi que ele não prejudicou só a mim e a minha família, mas também você. O dinheiro do seu trabalho a ajudava a manter sua casa. Estou me sentindo mal por isso, Camila. Você sempre foi meu braço direito.
Ela vem até mim e me abraça.
— Tenho certeza de que vai conseguir se reerguer. Você é uma mulher forte que não aceita derrotas, e isso é o que mais admiro em você, Manu. Não se culpe por ter um bom coração e acreditar no amor. Sei que um dia vai achar alguém que realmente a ame. — Ela se afasta e limpa as minhas lágrimas, sorrindo fracamente.
— Não vou querer pensar em namoro tão cedo — digo, baixinho. — Cansei de me machucar. Agora vamos terminar que preciso entregar a chave do prédio ainda hoje.
Camila concorda com um aceno, o semblante ainda preocupado.
Quando terminamos de empacotar tudo, levamos até o carro, deixando boa parte das coisas no banco de trás, por não caberem todas no porta-malas. Com uma dor profunda no peito, fico um tempo olhando para a fachada que havia mandado fazer com tanto carinho, cujas letras grandes e brilhantes formam as palavras Sonho Doce. Que ironia o meu sonho ter sido arrancado de mim. Foram cinco anos trabalhando como garçonete para poder juntar o dinheiro; dois anos trabalhando todos os dias sem folga para poder criar uma boa clientela e firmar o meu ponto. E tudo isso para nada.
— Então aqui nos despedimos. Pegou todas as suas coisas do apartamento? — Camila pergunta, já com os olhos marejados.
— Sim, peguei tudo. Muito obrigada, amiga. Esses sete anos que passamos juntas dividindo o apartamento foram os melhores da minha vida. Nunca vou me esquecer de você, de tudo o que fez por mim. Não vou morar muito longe daqui, pode ter certeza de que venho visitá-la assim que der.
Ela assente, e não é difícil perceber, pelos lábios trêmulos e os olhos que insistem em não encarar os meus, que está tentando segurar o choro. Não muito diferente de mim. Nenhuma das duas suporta despedidas.
— Você sabe que é como a irmã que nunca tive, não é? — ela indaga em um sussurro, e a minha única reação é puxá-la para um abraço. Assim que nos afastamos, abro a porta do passageiro, pego um envelope no porta luvas e a entrego.
— O que é isso?
— Um presente de despedida. — Observo Camila abrindo-o com cuidado e suspirando ao ver o dinheiro. – É pra você pagar o aluguel do mês — explico. — Foi o que ganhei com as últimas encomendas.
— Ah, eu... Muito obrigada, isso vai me ajudar muito. — Camila se joga em meus braços, sem mais se incomodar em disfarçar as lágrimas. — Amo você.
— Manu. — A voz suave da minha cliente favorita nos interrompe e eu me viro para ver Gabi, a pequena menina de cabelos cacheados, correndo em minha direção com os braços abertos. Me abaixo para ficar na sua altura e a aperto contra o meu corpo. — Eu vim me despedir — ela diz. — Fiz esse desenho pra que sempre se lembre de nós. – Gabi se afasta apenas o suficiente para tirar do bolso uma folha e me entregar. Nela, havia desenhado minha lojinha, ela, eu, Camila e seu pai. Todos de mãos dadas.
Quando eu ia responder, emocionada pela sua atitude, o seu pai surge à nossa frente, com o rosto corado e a respiração ofegante.
— Na próxima fez me espere – ele ralha para a filha, mas não parece irritado – Rafael dificilmente se irritava com Gabi. — Ela queria muito se despedir. Espero que não tenha problema.
— Imagina! Você sabe como gosto dessa coisinha. — Sorrio para Gabi e encosto os meus lábios em sua testa, satisfeita com o sorriso que toma conta do seu rosto. — Amei o desenho, querida. — Então me levanto e dou um abraço em Rafael.
— Espero que dê tudo certo nessa nova etapa da sua vida — ele fala, sorrindo. — Se precisar de ajuda é só nos ligar.
— Obrigada. Agora tenho que ir, logo começa a anoitecer. Preciso devolver as chaves antes de pegar a estrada.
— Eu entrego pra você. — Camila se oferece, e eu concordo, aliviada demais para discutir.
— Obrigada. Nunca vou me esquecer de nenhum de vocês. — Forçando-me a não olhar para trás, entro no carro e aceno para eles, os olhos fixos no volante.
Ligo o som no máximo, abro as janelas e deixo o vento secar minhas lágrimas. Após quase duas horas de viagem, quando já estava chegando na entrada da cidade, o meu pneu fura e, bufando, encosto o carro e saio para avaliar a situação. Como se entendesse alguma coisa de carro, reclamo em pensamento.
— Tudo que tá ruim pode piorar. — Chuto o pneu murcho, lembrando que havia tirado o estepe e não o colocara de volta. Uma enxurrada de palavrões escapa enquanto continuo chutando, na esperança de diminuir apenas um pouco a frustração.
— Vai se machucar assim, princesa.
Eu me sobressalto ao ouvir a voz e olho em volta, avistando um carro estacionado a alguns metros do meu — que, de tão distraída, não o havia notado atrás de mim —, e de pé, encostado à porta, está um homem absurdamente lindo. E que agora está vindo em minha direção.
— Seu pneu não vai se encher com você chutando e gritando com ele. Precisa de um estepe.
Mesmo sabendo que ele está certo, acabo revirando os olhos.
— Não me diga.
— Então por que não tá trocando o pneu? Está com medo de quebrar as unhas? — O que ele tinha de bonito tinha de presunçoso, isso era certo. – Quer que eu troque pra você? Cadê seu estepe?
— Esqueci — respondo, sem o encarar.
— Desculpe, eu não ouvi. Pode repetir, por favor? — Seu sorriso me diz o contrário. Ele tinha ouvido sim, só está me fazendo de idiota.
— Eu esqueci o estepe. Está feliz agora?
Ele parece gostar de me ver irritada, a julgar pelo sorriso que se alarga nos lábios. E que sorriso. É uma pena pertencer a alguém tão irritante. O homem se vira e vai até o próprio carro; pega o estepe e algumas ferramentas e retorna. Com uma paciência admirável, começa a trabalhar no pneu, com mãos habilidosas que me fazem crer que realmente sabe o que está fazendo. Mas não vou dar o braço a torcer e elogiá-lo.
— Obrigada. Você quer me dar o número da sua conta pra poder depositar o valor do estepe e do seu serviço? — pergunto em um tom sério e tudo o que ele faz é limpar as mãos em um lenço e se encostar no carro, cruzando os braços e deixando ainda mais evidentes os músculos.
— Não é necessário. Sei que é nova na cidade, então considere isso como um presente de boas-vindas. — Ele estende a mão e sorri. — Meu nome é Caio. Muito prazer.
— Bem... — Aceito o seu cumprimento com uma hesitação mal disfarçada e cruzo os braços. — O meu é Manuela. Como sabe que sou nova na cidade?
— É que um rosto igual ao seu não é fácil de esquecer. — Para a minha surpresa, ele toca a minha bochecha com um gesto tão próximo de uma carícia e, como se não fosse nada, vira as costas, recolhe as ferramentas e volta para o carro, indo embora sem mais nenhuma palavra.
E eu fico aqui completamente sem reação. Como ele pode ser assim tão atrevido e irresistível ao mesmo tempo?
🎀 A você, leitor, só tenho uma coisa a dizer: obrigada! 🎀 Obrigada pela oportunidade de lhe apresentar essa minha humilde historia. Não tive uma vida fácil e encontrei na escrita um refugio do “mundo real”. Obrigada pela paciência. Sei que ainda tenho um longo caminho a percorrer. Escrevo com muito carinho. Ainda sou uma escritora iniciante, mas posso afirmar que me empenho ao máximo para conseguir levar uma historia que cative os leitores. Espero vocês na parte 2. E tenho certeza de que muitos vão se surpreender. Ainda tem muita coisa para acontecer com o casal Manuela e Caio. 💕 Um grande beijo 💋💋 P.S Se puderem deixar uma avaliação ficaria muito feliz! Jéssica Silva. 💖
Dulce Narrando... 🖤 Olho para caio enquanto ele dorme. O homem é gostoso demais! Foi muito difícil tirar a sua roupa e ver esse corpo na minha frente. Mas não pude fazer nada. Não imaginei que a droga seria assim tao forte. Pensei que pelo menos poderíamos nos divertir juntos. Caio passou a noite toda resmungando o nome de Manuela. Que raiva! Além de não fazermos nada, ainda tive que ouvir o nome dessa mulher. Mas ela terá uma surpresa assim que chegar no hotel. Decido me levantar e ir tomar um bom banho. E assim que saio, dou de cara com ela ao lado de Caio. Chegou a hora de colocar meus dons de atriz em prática. Era o circo pegando fogo e eu rindo por dentro. Manuela é tão fácil de enganar. Quando saio do hotel em que Caio está hospedado, ligo para Miguel e aviso que já estou indo para lá. Assim quero táxi me deixa lá, ele me recebe com um sorriso. Pulo em seu colo e começamos a nos beijar desesperadamente. Ele se senta no sofá comigo no sofá e
Manu 💕 Após uma longa conversa com Alex, decido tirar um tempo para mim. Vou passar uns dias em São Paulo. E vou aproveitar para procurar um local para abrir minha filial. Irei me ocupar para não ficar me remoendo com o que aconteceu. Passo em casa, faço uma pequena mala com o essencial e digo a minha mãe que estou indo para São Paulo resolver alguns assuntos importantes que surgiram. Ela estranha por ser domingo e estar avisando em cima da hora, mas não discute. Como não quero tocar no assunto da traição de Caio, inventei essa desculpa. Antes de sair de casa, ligo para Camila e conto tudo o que aconteceu. Ela quer me ver para conversarmos pessoalmente, mas acho melhor já pegar a estrada. Pretendo ficar só alguns dias por lá, para ter tempo para pensar em tudo. Caio já me ligou várias vezes, mas não quero falar com ele agora. Preciso de um tempo só para mim e meu bebê. Assim que chego no centro de São Paul
visão de Caio noite anterior...💙 Assim que cheguei em casa, fui tomar um banho para quando Manu chegasse já estivesse arrumado. O dia foi cansativo. Não pensei que daria tanto trabalho assim cuidar de uma loja. Foi bom sair para conversar com Ricardo; falamos sobre várias coisas, inclusive meu casamento com Manu, que está marcado para daqui a um mês. Não vejo a hora de ela ser legalmente minha esposa. Quando termino o banho, me visto e vou até a cozinha preparar um café. Não quero correr o risco de acabar dormindo antes dela chegar. Já estou morrendo de saudade. Penso em m****r mensagem, mas quero dar um tempo de privacidade a ela. Já faz um tempinho que não sai sozinha com Camila. Não quero parecer possessivo; quero que meu relacionamento com Manu só a faça bem. Sei que ela já sofreu demais e não faria nada para machucá-la novamente. Coloco uma cápsula na cafeteira e quando já está pronto, pego minha xícara e vou até o sofá.
Caio se levanta da cama e veste sua cueca, que está ao seu lado embaixo do lençol. Dulce se senta na beirada da cama e cruza as pernas. Seu olhar de superioridade para mim está me dando nosnervos,mas tenho que me controlar; não posso sair na mão com ela de novo. Ainda mais agora que estou esperando um bebê. Meu bebê. Só meu. — Manu, você sabe muito bem o que está acontecendo aqui. Eu te falei que era questão de tempo pro Caio e eu ficarmos juntos. Tentei te avisar e evitar essa dor que você deve estar sentindo agora, mas você não me deu ouvidos. — Cala a boca, Dulce!– Caio grita e vem em minha direção, segura meus braços e olha profundamente em meus olhos. — Por que você fez isso comigo? Você sabe o quanto já sofri. Você prometeu cuidar do meu coração e agora ele está em pedaços, Caio. Não consigo evitar as lágrimas que já caem sem parar. — Me perdoa, eu não lembro direito o que aconteceu. Só me lembro de estar conversa
Camila ainda está em êxtase com a notícia do bebê. Penso em ligar para Caio e contar a novidade ou em ir direto ao seuapartamento,mas respiro fundo e acalmo meus ânimos. — Titia já te ama, minha princesinha! – Camila fala, abraçada à minha barriga. — E se for um menino? – Cruzo os braços e ela levanta o rosto e me olha sorrindo. — Eu vou amar do mesmo jeito. Se fossem gêmeos, eu me sentiria no céu. — Tenho certeza que será um só! – falo, rindo. — Dorme aqui em casa hoje? Amanhã de manhã você vai pra casa de Caio e faz uma surpresa. Eu te ajudo se precisar. O que acha? – Ela faz uma carinha de cachorro sem dono. — Tudo bem, só vou ligar pra Caio pra avisar. Falandonisso, é estranho até agora ele não ter me ligado e nem mandado mensagem pra perguntar se estou bem. Ele sempre quer saber se vou pra casa dele no final do dia, quando não vai me buscar. — Verdade, também achei estranho.
Último capítulo