O sol ainda morno tocava os muros da mansão Avelar quando Eveline voltou do spa. O cabelo solto sobre os ombros, a pele perfumada com óleos florais e uma estranha calma dentro do peito — não era paz, mas era lucidez.
Clara a deixou no portão e segurou sua mão por um instante.
— Se for o momento... fala.
— Eu preciso. Mesmo que doa — Eveline respondeu.
Ela entrou na casa com passos lentos, Marta estava com Gabriel no andar de cima, Eveline ouviu risadinhas vindo da sala de brinquedos. Lucas e Beatriz estavam ali com a babá temporária que Daniel havia contratado durante as duas últimas semanas da gestação de Eveline.
Ela se aproximou-se devagar, sem querer interromper a brincadeira. a babá sorriu ao vê-la e se levantou com discrição.
— Vou deixar vocês um momento — disse, recolhendo um livrinho e saindo.
— Tia Eve! — exclamou Lucas, largando um dinossauro de borracha. — A nova babá é legal, mas ela não sabe fazer vozes de dragão como você.
Eveline se ajoelhou devagar, ainda com o corpo