O trajeto até o spa foi tranquilo, mas Eveline se manteve em silêncio quase o caminho todo, olhando pela janela como quem observava um mundo ao qual ainda não se sentia pertencente.
Clara respeitou o tempo da amiga, focando na direção e deixando que a música instrumental que tocava no carro preenchesse os espaços vazios.
Ao chegarem, foram recebidas com discrição e elegância por uma funcionária sorridente, que as conduziu até uma área de relaxamento privativa, envolta por luzes baixas, velas aromáticas e um aroma sutil de lavanda e eucalipto.
— Bem-vindas. Podem deixar seus pertences no armário e vestir os robes. A primeira etapa será a esfoliação com sais marinhos — anunciou a atendente com voz doce.
Eveline tirou os sapatos com calma, ainda sentindo os músculos tensos. Quando entrou no vestiário com Clara, encarou seu reflexo no espelho.
Estava diferente.
O rosto ainda carregava traços da maternidade recente — olheiras suaves, o corpo mais curvilíneo, os olhos um pouco mais profundo