A manhã seguinte trouxe um ar mais leve ao hospital. Pela primeira vez em dias, Daniel foi autorizado a ser transferido da UTI para um quarto de recuperação. A enfermeira avisou Eveline com um sorriso gentil enquanto ela tomava um café rápido no refeitório.
— Ele está bem estável. Vai se recuperar melhor agora com menos aparelhos ao redor.
Eveline sentiu um alívio discreto atravessar o peito. O pior, de fato, parecia ter passado. Com a ajuda de Clara, ela o acompanhou até o novo quarto, onde a luz entrava de maneira mais suave e as janelas mostravam um pedaço do jardim interno do hospital.
Daniel, ainda pálido, sorriu ao ver o espaço mais arejado.
— Quase um spa... — brincou.
Eveline sorriu, se aproximando.
— E com direito a enfermeiras que te trazem suco e pantufas personalizadas.
Clara ajeitou os travesseiros com naturalidade e, após alguns minutos, deu espaço para que eles conversassem a sós.
— Você precisa descansar, mas queria dizer uma coisa... — Eveline disse, com a voz baixa.