Na manhã seguinte, Clara chegou cedo ao hospital. Trazia consigo um livro novo e um suco fresco. Daniel estava acordado, mais disposto, com os olhos fixos na janela.
— Trouxe companhia literária e vitamina C — disse ela, com aquele sorriso leve que já era familiar.
— Já virou hábito, hein? Vai acabar me estragando — brincou ele.
Ela se sentou ao lado da cama, e conversaram por mais de uma hora. Falaram da rotina na clínica, de pequenos casos curiosos, do futuro.
Em dado momento, Daniel ergueu uma sobrancelha com leveza:
— Seu namorado ainda anda com ciúmes do hospital?
Clara desviou o olhar, riu baixo.
— André agora é passado. E nem era ciúmes do hospital. Era de mim sendo quem sou... perto de quem me entende.
Daniel não comentou. Mas a resposta dela o atravessou com uma força silenciosa. Havia algo ali — não dito — que ficou suspenso no ar.
Pouco depois, Eveline chegou com um sorriso gentil. Gabriel havia ficado na mansão com a nova babá, e Lucas e Beatriz estavam em casa, já que era