Os dias na fazenda seguiram calmos e ensolarados, com o canto dos pássaros marcando o início de cada manhã e o cheiro doce de grama molhada ao entardecer. Eveline se adaptava à rotina com leveza: visitava os animais, acompanhava Maria na cozinha, explorava cada canto da propriedade com o olhar curioso de quem desejava pertencer. E pertencia.
Mas aos poucos, pequenos detalhes começaram a chamar sua atenção.
Na primeira vez, foi sutil. Estava saindo do quarto com um vestido claro, de alças finas, quando Marcus a observou com o cenho levemente franzido.
— Vai sair assim?
— Assim como? — ela respondeu, sem entender.
— Esse vestido... é um pouco... leve demais, não acha? O tecido marca muito seu corpo. Os rapazes da fazenda vão olhar.
Ela riu, tentando quebrar o clima.
— Amor, estamos a trinta e poucos graus. E eu estou grávida. Conforto é o que mais importa agora.
— Só estou dizendo pra você se cuidar — respondeu ele, sério. — É minha responsabilidade te proteger. E... ninguém precisa ver