Nicolo Moretti
Estou tentando me matar?
Acho que sim…
O pensamento cruza minha mente, não como um alarme, mas como uma constatação resignada. Cada movimento que Paula faz sobre mim, cada arquejo do meu corpo em resposta, é uma facada branda, um lembrete latejante das minhas costelas ainda em reparação, do meu pulmão que teima em se lembrar da perfuração.
A dor é uma presença constante, um sussurro rouco de advertência. Mas é um sussurro abafado pelo rugido do sangue nas minhas veias, pelo desejo puro e simples que esta mulher incendeia em mim.
Olho para o corpo dela, iluminado pela luz suave do nosso quarto. Mesmo com os últimos vestígios dos hematomas e manchas amarelas ainda estejam na sua pele de porcelana, ela é deslumbrante. As curvas da sua cintura, o quadril que segurei tantas vezes, o mesmo que ela soube rebolar com uma graça hipnótica para mim no Cairo, são o combustível que alimenta esta chama perigosa e deliciosa.
Meu olhar escorrega dos seus seios, cheios e pesados, desce