Nicolo Moretti
A noite não trouxe descanso. Trouxe fantasmas.
Deitado na cama dura do quarto de hóspedes, cada vez que fechava os olhos, via Mário. Não o homem que ele era, mas o menino que sempre estava correndo pelos corredores da casa onde vivíamos antes de nos mudar para essa torre. Ele sempre estava com uma espada brincando. Via o seu sorriso, um pouco mais aberto que o meu, um pouco mais tolo, mas como pai, jurei proteger.
Infelizmente, falhei miseravelmente.
O peso do meu fracasso era uma pedra sobre o meu peito, tornando cada respiração um esforço. A raiva, minha companheira mais leal, fervia num caldeirão silencioso dentro de mim.
Estava convicto de que havia sido Caterino. E nesse momento, a vingança era a única lápide que eu poderia oferecer ao meu filho.
Mas então, num piscar de olhos, a imagem mudava. Via Paula, a curva do seu quadril sob a camisola branca. A paz no seu rosto adormecido. A protuberância redonda é impossível ter ignorado o tamanho do seu ventre em meu sonh