Nicolo Moretti
Por mais que eu seja um homem que não se importa com nada nem com ninguém além do meu próprio código de honra distorcido, um incômodo persistente roía as entranhas da minha raiva: a imagem do tornozelo de Paula, inchado, roxo, e o som seco da torção ao cair na escada.
Eu a machuquei.
Não da forma que eu queria, não com a violência calculada que reservo para meus inimigos, mas com a brutalidade descuidada de um animal acuado. E isso, de alguma forma, me perturbava mais do que deveria.
Depois de sair do quarto, deixando-a envolta naquela aura de dor e vergonha, não consegui ir muito longe. Parei no corredor, minha respiração ainda ofegante da… daquilo.
Não era somente sexo. Foi um ritual de posse, uma profanação, uma tentativa desesperada de marcar meu território em carne viva, não esperava sentir o que senti enquanto a penetrava e sentia o quanto a sua bucetinha rosada era apertada e intocada.
Com a respiração um pouco mais tranquila, fui até um dos quartos de hóspedes e