Paula Moretti
Podia sentir a raiva em cada toque dele em meu corpo…
Uma energia negra e espessa que parecia emanar de seus poros. Suas mãos, largas e ásperas, não acariciavam, elas marcavam posse. Apertavam minha cintura, meus quadris, com uma força que certamente deixaria hematomas amanhã.
E, nessas pressões mais brutais, em certos pontos do meu corpo que pareciam traiçoeiramente vivos, um gemido se formava no fundo da minha garganta, um som de prazer involuntário que eu engolia com vergonha. Era uma luta interna que eu perdia a cada toque, a repulsa contra uma resposta fisiológica que não solicitava permissão.
A dor da penetração foi surreal, uma linha de fogo que me rasgou por dentro. A lágrima que escapou não foi por drama; foi uma reação física incontornável à violência daquele rompimento. Quando virei o rosto para o lado, tentando esconder aquela fraqueza, sua mão agarrou meu queixo com uma força que me fez estremecer, forçando-me a encará-lo.
Seus olhos eram poços de ódio e de