Nicolo Moretti
Não disse uma palavra. Palavras eram inúteis. Havia somente o ato.
Com um movimento firme e decidido, penetrei-a. A resistência foi breve, seguida por um gemido abafado de dor que ela tentou conter com força total. Senti o rompimento, a barreira física que separava a sua vida anterior desta nova existência de horror. E continuei, fundo, num único movimento, possuindo-a completamente.
O seu corpo estava tenso e rígido. Ela fechou os olhos, virando o rosto para o lado.
— Olha para mim — exigi, minha voz em um comando sussurrado.
Ela negou com a cabeça, um movimento quase imperceptível, seus lábios cerrados.
A recusa, mesmo naquela submissão, acendeu a última centelha da minha fúria. Inclinei-me sobre ela, agarrei seu queixo e forcei seu rosto para o meu. E então, beijei-a.
Não foi um beijo de amor, ou mesmo de desejo. Foi um selo. Um beijo profundo, invasivo e dominador. Minha língua forçou a entrada de sua boca, que estava cerrada e imóvel. Era um beijo para provar a mim