Capítulo 10
Voltei para o meu quarto com as novas informações girando na minha cabeça. As fêmeas tramavam um golpe e meu pai, na tentativa de trazer minha mãe de volta, fazia vista grossa. Para complicar, ainda havia uma fêmea fazendo algo suspeito e, sabendo que bruxaria é real, talvez houvesse alguma coisa nesse sentido acontecendo.

Voltei para o meu quarto e encontrei Cass em lágrimas.

— O que aconteceu? — Corri até a cama.

— Nada. Eu só não quero que você vá embora.

Enxuguei o rosto dela e ri.

— Por que você já está preocupada com o fim do verão se eu acabei de chegar? — Desabei na cama ao lado dela e escutei seus fungados.

— Eu sei, é estúpido. — Mas eu consegui sentir um leve traço de medo no ar e soube que alguém havia dito algo a respeito de me fazer ir embora antes.

— Quem esteve aqui, enquanto eu estava fora? — Vi seu corpo ficar tenso, mas depois relaxar.

— Ninguém. — Ela desviou o olhar e o medo sumiu. Como se tivesse recuperado o controle das emoções.

— Fala comigo. Não vou poder ajudar se não souber o que está acontecendo. — Sussurrei. Entrelaçando meus dedos nos dela.

— Você não pode ajudar, de qualquer forma. Logo você vai embora e a gente vai estar aqui de novo... sozinhas. — A mão dela apertou a minha.

— Sozinhas, nunca. Vou conversar com as fêmeas Beta e Gama e, juntas, vamos colocar essa alcateia nos trilhos, antes que eu vá embora. — Se eu pudesse evitar, aquilo não continuaria.

— Sério? — Consegui ouvir um fiozinho de esperança na voz dela.

— Sério. Já falei com o meu pai. Isso tudo vai acabar. — Como alfa, essa mudança de poder era contra tudo o que defendíamos. Os únicos com poder suficiente para liderar deveriam estar na estrutura de comando. Todos os outros deveriam ser iguais. Era assim que a Deusa da Lua queria e era assim que tinha que ser.

— Agora me diz o que está acontecendo com você.

— Eu não posso. — Ela sussurrou de volta. E finalmente tudo fez sentido.

— Quem disse o quê para você?

— Ninguém. — O medo escapou dela de novo. E ela se sentou. — Não insiste nisso, Amy. Por favor. — Vi minha melhor amiga, minha irmã de alma, me implorar para que eu não forçasse a barra.

— Está bem. — Cedi. O que mais eu podia fazer? — Vamos nos arrumar. — Levei ela até a cadeira, na frente da minha penteadeira. — Agora, feche os olhos e nada de espiar. — Cass só balançou a cabeça e fechou os olhos enquanto eu começava a trabalhar.

Comecei pelo cabelo. Usei o secador para terminar de secar, depois enrolei. Quando ele estava todo enrolado, prendi num coque frouxo, com alguns cachos caindo.

Depois fui para a maquiagem. Usei tons marrons suaves e dourados para realçar os olhos azuis brilhantes. O cabelo loiro-claro estava arrumado e ela estava deslumbrante. Finalizei com um batom rosa claro e me afastei.

— Você está maravilhosa. — Ela tentou virar para olhar no espelho, mas eu puxei de volta. — Nada de espiar ainda. — Cutuquei o rosto dela e ela riu. — Fecha os olhos de novo.

— Ah, vai. — Ela reclamou, e eu balancei a cabeça negando, como se ela pudesse me ver.

— Nada disso. Sem olhar. — Puxei-a até a cama. — Pode abrir os olhos enquanto eu me arrumo, se prometer não olhar para os espelhos.

— Tá bom. — Cass bufou e abriu os olhos, e eu ri.

— Quero que você tenha o impacto completo, mas duvido que queira ficar de olhos fechados enquanto eu me arrumo. — Voltei à penteadeira, sequei e enrolei meu cabelo em ondas suaves de praia. Depois fiz um olho esfumado escuro e um batom vermelho. E eu estava pronta.

— Você está maravilhosa. O cabelo escuro e a maquiagem combinam muito com você.

— Eu sei. — Sorri para ela. — Agora é hora de fechar os olhos de novo. — Fui até ela e a levantei. Levei até o closet e procurei o novo sutiã e calcinha que comprei e mandei lavar assim que voltamos do shopping. — Veste isso. Depois fecha os olhos e me chama quando estiver pronta.

Fechei as portas do closet e esperei, batendo o pé. Estava prestes a abrir a porta quando ouvi um suave ‘tô pronta’. Entrei e vi Cass de roupa íntima, timidamente escondendo o corpo com as mãos.

Entreguei o vestido para ela vestir, depois fechei o zíper. Então, coloquei meu próprio vestido e a puxei para fora do closet.

— Só falta uma coisa e estamos prontas. — Coloquei o colar em mim, com as pulseiras e brincos combinando. Depois coloquei o segundo conjunto na Cassie e nos posicionei em frente ao espelho de corpo inteiro.

— Agora sim, pode olhar.

Cass abriu os olhos e levou as mãos ao rosto.

— Amy, eu não consigo.

— Consegue sim. Você só está pegando emprestado. — Pisquei enquanto olhava para nós duas. As curvas suaves dela estavam realçadas no vestido dourado e o conjunto de ouro com diamantes brilhava na pele dela.

Meu cabelo escuro brilhava contra o vestido bordô que contornava minhas curvas e o conjunto de ônix com prata completava o visual.

Estávamos deslumbrantes.

Então, alguém bateu na porta e a voz do meu pai nos trouxe de volta para o presente.

— Hora de ir, querida.

Isso ia ser bom.
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