Capítulo 11
A sala estava cheia de lobos, e minhas glândulas olfativas estavam enlouquecendo. Reunir tantos lobos em um só lugar sempre causava isso em mim. Meu nariz era sensível e precisei respirar fundo algumas vezes para me acalmar.

— Estão prontas, meninas? — Olhei para o meu pai e assenti.

— Podemos entrar sem vocês? — Perguntei a ele.

— Por quê?

Sorri para Cass, que estava de braço dado com Ronnie.

— Eu...

— Você está planejando algo com as fêmeas, não está?

— Aham. — Sorri para ele e tirei meu braço do dele. — Se ouvir alguma gritaria feia, apareça. Mas juro, pai, se você se derreter por outra loba na minha frente, vai sobrar para você também.

Meu pai riu.

— Prometo que não. E se por um mínimo acaso eu fizer isso, tem permissão total para me dar um soco na cara. — Ele sorriu e eu fiquei na ponta dos pés para beijar sua bochecha.

— Obrigada, pai.

— De nada, minha menina.

Soltei seu braço e estendi a mão para a Cassie.

— Vamos.

— Tem certeza, Amy?

— Sim, tenho. — Sorri para ela, que balançou a cabeça afirmativamente, com um leve sorriso. — Queixo erguido. Não se preocupe. Estou com você. — Ela assentiu e abrimos a porta, descendo os degraus.

Quando chegamos à metade da escadaria, todos pararam para nos encarar.

— Eles estão nos olhando. — Cass sussurrou, e eu sorri.

— É porque estamos irresistíveis. — Sussurrei de volta, quando o cheiro de desejo bateu nela. Ela tropeçou, mas eu a segurei e continuamos até o final da escada.

— Vamos pegar uma bebida. — A puxei para o bar e ignorei os olhares dos homens e das mulheres ao nosso redor.

— Por que estão olhando?

— Já te disse. Estamos deslumbrantes. — Entreguei uma taça de champanhe a ela e bati minha taça contra a dela, em um brinde. — Seu aniversário é daqui a poucos dias, e esses homens são seus possíveis companheiros. Aproveite hoje. Sua vida vai mudar quando fizer dezoito anos.

Eu sabia que Cass encontraria seu companheiro no dia em que completasse dezoito. E ele seria um bom homem. Eu não me lembrava exatamente de quem era, talvez um guarda ou algo assim, mas ela seria feliz com ele.

Eu tinha parado de ir para aquela alcateia depois que aceitei Brandon. Ele me proibiu de voltar, dizendo que não conseguia viver comigo tão longe. Soava fofo no início, mas depois percebi que era só desejo de me controlar.

— Que porra é essa que você está vestindo, sua vadia? — Um grito cortou o ar e o silêncio se espalhou ao nosso redor. Com a taça nos lábios, enquanto Cass empalideceu, mas dei um tapinha nas costas dela e me virei.

— Com licença? — Dei um pequeno gole e encarei Aurora. Ela usava um vestido branco justo combinando com um colar de pérolas. Amanda estava com um vestido azul claro justo ao corpo, combinando com uma gargantilha. Estavam deslumbrantes, mas não à altura minha e nem à de Cass.

— Esse vestido e esse colar eram para minha sobrinha. — Disse Aurora.

Amanda ficou ao lado da tia com os olhos fixos no chão.

Levantei uma sobrancelha.

— Se eu comprei, são meus. E emprestei para minha melhor amiga usar. Qual o problema? — Inclinei a cabeça, encarando as duas.

— Besteira. Você comprou sabendo que Amanda queria, e deixou essa loba fraca entrar aqui se exibindo na nossa frente.

Respirei fundo e então endireitei os ombros.

— E daí?

Aurora se assustou com a resposta e, por um momento, ficou sem saber o que dizer. Dei um passo à frente.

— Quem é você para dizer o que eu posso ou não fazer? Você é minha mãe ou meu pai? Você é Gama, Beta ou Alfa dessa alcateia? Não? Então por que isso importa?

Aurora rosnou.

— Importa porque lobos mais fracos precisam saber seu lugar.

— Concordo. Lobos fracos devem saber seu lugar. — Rosnei, e os olhos de Amanda começaram a tremer quando Nix apareceu nos meus olhos.

Aurora não entendeu meu tom. Estufou o peito e tentou segurar Cass, mas me pus na frente.

— Saia da frente. — Ela bateu o pé e liberou seu poder. Aquilo me atingiu, mas tive vontade de rir. Ela era bastante fraca, embora achasse que fosse uma ameaça real.

— Não toque nela.

— Saia da frente! — Aurora tentou me contornar, mas segurei seu pulso e a lancei longe, contra o chão.

O poder dela voltou a me atingir. Mas passou por mim como vento. Cass gemeu atrás de mim, mas a mantive protegida.

Soltei um rosnado alto e a multidão se abriu, revelando meu pai, que vinha em nossa direção.

— Que diabos está acontecendo aqui? — Meu pai olhou de mim para Aurora. Mas, assim que seus olhos se fixaram nela, pude ver que ficaram enevoados.

— Devlin. — Aurora se levantou e correu para os braços dele. Tive vontade de rosnar, mas me contive. — Essa menina estava intimidando a mim e à minha sobrinha.

Os olhos dele se voltaram para mim, e percebi que ele não me reconheceu. Caminhei até ele e fiquei bem de frente.

— Como se atreve... — Ele rosnou.

Eu peguei impulso e acertei um soco direto no rosto dele.

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