Lyanna (Exul? )
Eu estava tocada.
E não, não era pelas compras.
Darius havia me deixado dinheiro.Um cartão de crédito ilimitado.
Um “compre tudo o que precisar” dito com aquele tom prático que ele usava sempre que tentava disfarçar preocupação.
Eu poderia ter comprado tudo aquilo sozinha.
Mas não era isso que apertava o meu peito.
Era o fato de que Hailey tinha pensado em nós.
Em mim.
Nas crianças.
Na nossa chegada abrupta, incômoda, cheia de poeira, barulho e passado demais para caber em uma vila tão tranquila.
Enquanto eu descarregava as sacolas na cozinha apertada, senti a garganta fechar de um jeito que fazia anos que eu não sentia.
Fraldas.
Iogurtes.
Legumes frescos.
Sabonetes infantis.
Leites, refrigerantes, sorvete, como se ela realmente tivesse parado e pensado: “O que essas crianças vão querer no fim do dia?”
Talvez algo que ela própria quis um dia.
Doçura prática.
Bondade sem anúncio.
Cuidado que ninguém pede, mas que muda tudo.
Era isso.
Eu fiquei ali, parada entre o fogã