— Rafael, ela pode ser um agente duplo. - Uriel se apiedava do irmão, que suspirava por aquele demônio de gelo que dormia, entregue ao abraço sombrio de algo indiscritivelmente doloroso. - Deixe-a por conta própria por algum tempo. Se se importa tanto, ofereça o suporte, mas a deixe mostrar sua face.
— Ela não vai suportar, Uriel. - Ele sentia algo lhe prender a garganta. - Eu não sei o feitiço que ela tem, mas... - Rafael evitava a conclusão, aquilo o mataria lentamente.
— Ela carrega muita coisa consigo. Se é a Rainha de Mictlán, é porque é capaz de dominar seu próprio inferno, deixe-a livre. Sabemos como destrui-la se for necessário. - Uriel setenciava Helena. Rafael reconhecia o risco que ela representava, apenas por existir, com o conhecimento que tinha.
— Deixe-a fora dos radares, informe Dante para que a exclua dos acessos. - Rafael determinou, com o sabor metálico da amarga decisão. Seria melhor não a atormentar mais, ela teria seus caminhos.
Pela manhã, Helena acordava com