Jantar, filme sem fim, Helena apagada no colo. Dario não conseguia dormir. Fé, para ela, tudo se resumia a fé. Chegava ao cerne da mágoa: traição não passava da quebra da fé e tudo o que isso tocava ou sobre isso era construído.
— Que vazio imenso isso representa... - Ele disse para si, acariciando o rosto dela, que dormia, segura, relaxada, mas não sem uma arma carregada e destravada ao alcance.
Dario a incomodava, manhosa, carregando Helena para a cama, deixava-se ficar na cama, até que ela se acomodasse ao seu peito e a desculpa para ver ela acordar se instalasse.
O mesmo ritual, toda manhã, disciplinada. Ele a espionava, passava a sair armada, com as lentes, começava a prevenir riscos. Tinham outro carro, em algum ponto que nem ele sabia onde estava, tinham os mesmos três conjuntos de malas: no carro principal, no carro secundário e um esconderijo, no centro, um bunker, preparado para um bombardeio que ele achava um exagero, mas não questionava.
Ela chegou uma hora depois: pai