Simon Duarte
O encontro foi marcado às pressas. Não houve explicações. Meus pais ficaram atordoados. Minha me avisa: “Vamos sair. Agora.”
No carro, ela estava pálida. Os olhos fundos e a boca seca. Meu pai, normalmente calmo, dirigia com o maxilar travado e os punhos tão cerrados que os nós dos dedos estavam brancos. Ninguém falava nada. Mas eu sentia que havia algo errado. Muito errado.
Chegamos à casa dos Benson. Fomos levados direto pro escritório do Sr. Benson. Um cômodo frio e impessoal. A mesa de madeira escura parecia uma trincheira. De um lado, eu e meus pais e do outro, os Benson — rígidos, silenciosos, calculistas.
O Sr. Benson não esperou nem dois segundos. Cruzou os dedos sobre a mesa e falou com a voz cortante:
— Vamos ser diretos, Sr. Duarte. O que está acontecendo entre nossos filhos precisa parar. Imediatamente.
Meu pai respirou fundo, tentando manter a compostura.
— Eu não sei exatamente do que o senhor está falando, mas já tenho desconfiado de que nossos filho