Noah Benson
Naquele dia, depois que Simon me disse que meu pai o havia expulsado, eu achei que o pior já tinha passado. Que, mesmo com tudo o que meu pai falou, a gente ainda encontraria um jeito de continuar. De se ver escondido. Que resistiríamos.
A conversa no terraço da escola ainda estava viva na minha pele. As palavras dele, o toque da sua mão, a promessa de que enfrentaríamos tudo juntos. Eu acreditei. Com todo o meu coração.
No dia seguinte, acordei cedo. O plano era simples: passar na casa dele antes da aula. Levar um bilhete, talvez um café, talvez só um abraço. Eu precisava vê-lo. Eu precisava mostrar que não tinha desistido.
Caminhei até a casa dele com o coração acelerado. Já tinha feito aquele trajeto dezenas de vezes, mas nunca com tanto medo. Medo de que algo tivesse mudado ou que ele não estivesse lá.
Quando cheguei, o portão estava fechado. As janelas também. Toquei a campainha. Uma, duas vezes e nada.
Esperei. Olhei em volta. Nenhum sinal de movimento. Nenhum