Oque ele não disse

Henrique não foi direto para casa naquela noite.

Dirigiu sem rumo por alguns minutos, o rádio desligado, as mãos firmes no volante enquanto a mente insistia em refazer cada detalhe do dia. O jeito como Ágata o olhou. O silêncio carregado. A porta fechada. A tensão que não pediu permissão para existir.

Quando finalmente chegou, a casa estava vazia demais. Grande demais. Fria demais para alguém que já não se sentia parte daquele lugar.

Tomou um banho longo. A água quente batendo nos ombros largos, escorrendo lenta, incapaz de apagar a imagem que o acompanhava. Ágata não saía da cabeça dele. Não como fantasia vulgar, mas como presença. Como ideia fixa. Como uma ausência que doía.

Ela aparecia na mente dele como era no escritório: postura firme, olhar inteligente, o corpo marcado por curvas que pareciam existir sem esforço. As tranças. A voz segura. A feminilidade que não pedia permissão nem desculpa.

Henrique apoiou as mãos na parede do box, fechou os olhos e respirou fundo. Tentou resis
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