A respiração dela tinha mudado, estava mais suave agora, mais profunda. Daquele jeito que só acontece quando ela tá excitada e tentando fingir que não está. Eu conseguia imaginar perfeitamente: encostada na parede, os lábios franzidos naquela mistura de irritação e desejo que só ela faz quando eu mexo com ela. Provavelmente ainda vestida com alguma roupa de escritório, mas já pensando em arrancar tudo.
— Você, seu safado. — Ela disse por fim. — É um homem muito malcriado. Nem deixei falar o motivo da ligação e você já tá jogando conversa de segunda intenção.
— O motivo da ligação? — Perguntei, enquanto entrava na avenida.
— Hoje é sexta. Achei que fosse chamada de booty call. Já tô até desviando pro seu apê.
— Knox Hartley! Isso não é booty call.
— Não é?
— Não.
— Então prova.
— O quê?
— Se não ligou porque tava com saudade do meu pau, prova. Fala aí.
Ouvi ela tentando segurar o riso.
— Eu não sou só uma namorada tarada, tá? — Ela disse.
— Então prova, coelhinha. Me diz por que ligou