KNOX
Meu adversário no ringue de kickboxing já tinha acertado alguns bons golpes. O último quase rachou uma costela. E era exatamente isso que eu queria. Dor. Era o que me fazia lembrar que eu ainda estava vivo.
— Bora, Hartley! — Alguém gritou da lateral.
— Vai deixar um corretor de ações te dar um banho de porrada?
Risadas se espalharam pelo ginásio.
Meu oponente sorriu, ofegante. Ele era mais novo, devia estar no começo dos vinte, cheio de confiança, braços e pernas compridos, rápido nos pés. Não parava de falar desde o primeiro round, e eu deixei.
Eu sempre deixava eles acharem que estavam levando vantagem.
Uma voz baixa perto das cordas chamou minha atenção — era meu treinador, Jackson, braços cruzados, mascando chiclete como se o chiclete devesse dinheiro pra ele.
— Fecha logo isso, Knox. O cara já tá exausto. Você só tá brincando com a comida agora.
O sujeito avançou de novo, tentando um jab-cruzado. Eu aceitei o jab, abaixei do cruzado e enfiei o cotovelo nas costelas dele, c