Capítulo 57 Meio cega
Eu encarei os olhos dela.

— Provar o quê?

— A mim.

— Que parte exatamente?

Ela arqueou uma sobrancelha.

— Existe alguma parte de mim que você não gosta?

— Na verdade, não.

Ela deu mais uma tragada no charuto, os olhos lacrimejando enquanto enfrentava a ardência. Depois se inclinou, soltando a fumaça direto no meu rosto.

— Isso é um sim ou um não? — Ela perguntou. — Você quer me provar ou não?

Segurei a cintura dela e puxei, colando nosso corpo.

— Pode me dar um tiro se algum dia eu disser não, Coelhinha.

— Eu faria, se soubesse onde você guarda sua arma.

— Perdão. Achei que você tinha visto no carro quando roubou minhas chaves.

Ela riu baixinho.

— Duvido que seja a única que você tem.

— Ha.

Ela se debruçou de lado e apagou o charuto no cinzeiro, deixando cair a bituca. Depois pegou minha mão e a guiou entre as pernas, puxando até debaixo da barra da camiseta.

Então ela ergueu um pouco o quadril e me deixou entrar, enfiando três dos meus dedos dentro dela.

E ela gemeu — baixo no começo.
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