KNOX
Eu caí direitinho nessa armadilha, me permiti relaxar, me deixei ser feliz demais. E agora, os pesadelos tinham voltado.
Era o preço do conforto. A consequência da paz.
Eu tinha passado mais de um ano sem eles. Doze meses inteiros de silêncio no sono, sem acordar encharcado de suor ou tremendo com gosto de sangue na boca, ou com gritos fantasma ecoando nos meus ouvidos. Eu achava que tinha finalmente superado. Que talvez tivesse encontrado a resposta.
Ódio.
Tinha funcionado. Ódio pelo Finn. Pelo nosso pai. Pelos desgraçados do outro lado do mundo. Pelos cafetões e predadores que rondavam meu clube fingindo ser empresários. O ódio mantinha o barulho longe. Mantinha o caos enterrado. Enquanto eu continuasse queimando, não sentia o frio.
Mas aí apareceu essa mulher. Essa garota que dormia de óculos como se fosse uma bibliotecária perdida que foi parar na minha vida, pedindo pra ser destruída. Ela nem fazia ideia do quanto era encantadora — encolhida na minha cama, usando uma das minh