Lutar por uma faculdade renomada é o sonho de todos, enquanto algumas pessoas tem oportunidade sobrando e não aproveitam, Suzan só tinha o enem, então, estudou muito até conseguir uma bolsa integral para cursar medicina. Porém, para estudar ela precisa se mudar de estado, e isso não é uma tarefa fácil, pois ela nunca saiu de seu estado, Ceará, além disso, mal tinha dinheiro para sobreviver. Com muita luta dos pais ela consegue uma quantia em dinheiro que dá para se manter até encontrar emprego. Enquanto se prepara para sair do Ceará, Cristian declara seu amor por ela e a pede em namoro, no calor do momento ela aceita. Mas os problemas começam assim que Suzan sobe no avião e senta ao lado de um rapaz lindo que de cara rouba-lhe um beijo. Para piorar, ele é filho daqueles que seriam seus patrões. Suzan precisa fugir de Tony, se comprometer com Cristian e lidar com várias turbulências que esses relacionamentos irão causar. O foco dela era a faculdade, mas o destino quis prová-la com relações perigosas e conturbadas.
Leer másAbri meus olhos ainda embaçados, não tinha ideia de onde estava e nem sei como parei nesse lugar, só ouvia sons com ruídos, tentei ver algo em volta, mas não conseguia mexer meu pescoço, só via o teto branco, e muitos fios, algo que me fez perceber que estava em um hospital, me assustei e tentei reagir, não sabia porque estava ali.
Tentei respirar, mas algo tapava minha boca, tentei chamar alguém, mas só saíam gemidos e sentia muita dor.
— Suzan, meu amor, você acordou, não se esforce, vou chamar alguém.
Não entendo nada que está acontecendo, só fecho os meus olhos na esperança de estar em um sonho e acordar logo.
O rapaz bonito que está no meu quarto fica visivelmente preocupado e chama um enfermeiro, encontra uma enfermeira no corredor e a chama.
— Oi Suzan, finalmente acordou, meu nome é Flávia, estou responsável por você aqui, vou tirar seu aparelho, tente não se esforçar para falar, você pode sentir dores na garganta em decorrência do tubo, pode sentir náuseas, tonturas, enjoo e dor de cabeça.
A enfermeira puxa delicadamente um tubo que sai da minha garganta e dá um enorme desconforto me fazendo sentir ânsia, uma sensação muito ruim.
Não sei o que é mais estranho, a sensação do tubo ou aquele monte de gente que nunca vi em minha vida, aglomerados a minha volta, e eu sem saber nada do que estava acontecendo.
Ela faz alguns testes comigo, mas não me lembro de absolutamente nada nem ninguém, isso é aterrorizante, me deixa profundamente perturbada, esperando respostas para cada pergunta, tinha o sentimento de estar em um pesadelo.
Forçando em minha memória o que havia acontecido e quem são essas pessoas, sinto um enorme desconforto abdominal, de repente a vontade de vomitar é enorme, faço ânsia e o rapaz me traz uma sacola para que eu vomite nela.
Depois de jogar tudo o que eu nem sabia ter comido para fora, encaro o moço nos olhos e sinto uma paz enorme, uma sensação de conforto me acomoda, eu só queria lembrar quem é esse moço que me dá essa sensação.
— O que ela tem? Porque não me reconhece? —Ele pergunta com voz suave.
— Calma senhor, vou chamar o médico, ele te esclarecerá todas as dúvidas.
— Por favor, não pode me adiantar o que pode ser?
— Só o médico pode te explicar melhor, mas pelos sintomas ela está com perda de memória recente por causa do forte impacto que teve na cabeça, pode ser temporária, vamos confirmar.
A enfermeira desaparece fechando a porta logo em seguida à procura do médico para diagnosticar meu caso.
Minha cabeça doía, cada movimento de pessoas me trazia mais perguntas. Porque estou aqui? De que impacto na cabeça a enfermeira se referia? Quando mais eu forçava para lembrar, mais confusa eu ficava.
O moço segura a minha mão, mas, eu sem saber quem ele era, ou o que tinha acontecido, encolhi minha mão evitando que ele a tocasse.
Tentei, com muita dificuldade formular algumas perguntas aquele moço que eu não reconhecia, minha voz saía abafada e rouca. Ele me tratava com carinho, me chamando de amor o tempo todo.
—Porque está aqui? Não te conheço. Como eu cheguei até aqui? Porque não me lembro de nada? —As perguntas eram muitas.
Ele parecia preocupado, mas teve muita paciência.
—Calma meu amor, muitas perguntas serão respondidas assim que o doutor te ver.
—Eu sou Tony, somos noivos e você sofreu um acidente que te deixou em coma por duas semanas, eu não via a hora de te ver acordada, te ouvir novamente, mas nosso...
Antes de Tony concluir o raciocínio, a enfermeira empurrou a porta do quarto juntamente com o Doutor.
—Olá Suzan, que bom que acordou, sou o Dr. Eliardo, o neurologista do hospital e vou te examinar. —Como está se sentindo? Pode me dizer tudo o que sente? Vou responder suas perguntas enquanto te examino.
Eu estranhamente me sentia mais confortável agora com o médico por perto, talvez ele me esclareceria todas essas perguntas que estava me deixando maluca.
Enquanto ele levantava a minha pálpebra com uma luz muito forte no meu olho, eu tentava com dificuldade formular as perguntas.—Doutor, o que... aconteceu comigo? —Minha voz saía embargada e as vezes tinha que parar e dar um tempo para retomar a questão.
O doutor Eliardo parecia muito preparado para responder minhas perguntas, ele falava tudo com muita propriedade e sabedoria.
—Srta. Suzana, você sofreu um acidente e bateu fortemente a cabeça e teve traumatismo craniano, por isso está com dificuldades para lembrar, mas vamos fazer alguns testes e exames para saber se sua perda de memória é temporária ou não.
—Posso ficar sem memória para sempre? E... Esse rapaz que fica sempre aqui, me chamando de "sua noiva ", ele diz a verdade? Porque não me lembro dele?
—Pode ser só confusão por causa do coma, mas com os exames vamos diagnosticar. Esse rapaz é o Tony, foi o contato de emergência que encontramos no seu celular, ele foi seu último contato, por isso ligamos para ele e concluímos que, sim, ele é seu noivo a dois anos, estavam planejando o casamento.
—Mas, Suzan, tente não se esforçar muito, você acabou de acordar de um coma, descanse um pouco, vou solicitar alguns exames e retornaremos com respostas.
Virando—se para Tony, o médico diz.
—Tony, quando quiser descansar, tomar um banho, pode ir para casa está bem, ela está fora de perigo, e você já está muito tempo aqui, vamos conversar no corredor para ela poder descansar, pode ter certeza, ela está em boas mãos, a enfermeira Flávia é muito bem preparada.
—Não tenho dúvidas doutor, vocês são anjos, cuidaram muito bem dela, só tenho a agradecer. —Tony e o Dr. Eliardo desapareceu deixando a porta fechar vagarosamente atrás deles.
Levantei-me, me enrosquei na toalha, com muita calma. Eu não tinha pressa de sair do meu modo relaxamento. Olhei o celular e tinha chamadas e mensagens tanto de Amber, quanto de Carmen, mas nenhuma do Tony.“me liga” “é urgente”Fiquei assustada e escolhi Carmen para retornar a mensagem, porque, seja o que fosse ela não me esconderia nada.— Suh. Já está em casa? — ela perguntou eufórica.— Sim. Porque? O que aconteceu, parece assustada.— Liga a TV no canal SevenNews. Agora. Estou indo para sua casa.Liguei a TV sem nenhuma expectativa, eu não fazia ideia do que estava acontecendo. O pior na minha vida já tinha acontecido. O que poderia me abalar agora?Ao olhar a manchete, caí de joelhos e fiquei estática. A vida queria mesmo me “foder” completamente. Não consigo acreditar como uma pessoa como eu,
Eu planejei ficar uma semana no máximo no Nordeste, caso meu pai estivesse vivo, mas mesmo com seu falecimento eu fiquei esperando minha amiga se recuperar por completo. Cristian cumpriu com sua palavra e respeitou todo tempo que fiquei na casa deles. Criei um vínculo tão grande com o Júlio que estava cada vez mais parecido com Bárbara (menino). Eu estava apaixonada pelo garoto. Sempre que o olhava pensava em como seria meu bebezinho.Bárbara me conhecia tanto que conseguiu perceber que tinha algo além só do casamento. Ela sempre ficava me encarando enquanto eu ninava o bebê e de vez em quando passava a mão na barriga.Um dia Cristian tinha saído para o trabalho, eu fiz o almoço e colocamos Júlio para dormir e fomos almoçar juntas. Bárbara me encarou por um tempo.— Que foi amiga? — questionei-a percebendo sua fixação em mim.&
Com os planos seguindo. Encontrei Bárbara que já estava com uma barriga enorme, pronta para explodir a qualquer momento. Cristian continuava gato, porém, agora mais maduro e com mais responsabilidade. Ele cuidava da minha amiga como uma boneca de porcelana. O que ela realmente era. Delicada, linda e sensível. Eles se prontificaram a me auxiliar em tudo o que fosse preciso no velório e enterro do meu pai. Mais uma vez eu enterrando um ente da minha família.No dia do enterro teve tanta gente presente que meu coração se alegrou. Por mais que meu pai estivesse sem mim, ele nunca esteve só. Praticamente toda a população de Forquilha estava presente. Alegrei-me em receber as condolências daquelas pessoas que estimavam tanto o meu paizinho. Era bom saber que as pessoas ali o amavam tanto. Enquanto estávamos no velório observando o corpo do meu pai ser emerso para dentro da terra, ouvi u
Com o vestido escolhido, data marcada, salão pago. Eu tinha que ir ver o meu pai e quem sabe já trazê-lo para morar comigo. Conversei com Tony sobre a possibilidade, ele não hesitou em me apoiar no que fosse preciso. Inclusive se colocando totalmente à disposição para cuidar das coisas enquanto eu viajava para o Nordeste. Deixei tudo alinhado com ele, Carmen e Amber que cuidaria de tudo até que eu voltasse. O próximo voo disponível seria no dia seguinte, meu medo de chegar o dia seguinte e saber que meu pai morreu era gigantesco, mas como diz a autora Rhonda Byrne no livro The Secret. Os pensamentos positivos atraem coisas positivas. Eu estava me apegando a esse mantra poderoso que sempre tinha dado certo em minha vida conturbada.O voo estava marcado para 11h da manhã. Levantei-me as 06h, fiz as ligações necessárias, organizei o que precisava, fiz minhas malas e Tony já es
Era hora de começar nossa vida, agora mais sério que nunca. Nossa vida nunca esteve em um momento tão perfeito. Minha rede de clínicas populares se expandindo, Tony voltando a trabalhar comigo. Mesmo continuando sendo sócio do clube onde ele ainda arrecada os lucros. Isso nos ajuda a organizar nossas vidas da forma que queremos.Marcamos a data do casamento para três meses seguintes. Não tinha porque esperar mais, já estava tudo combinado da outra vez, só não casamos por um pequeno contratempo que finalmente foi resolvido e estávamos cada vez mais apaixonados. Eu tenho certeza que esse tempo que demos um ao outro foi benéfico para os dois. Amadurecemos, crescemos e percebemos realmente o que queremos sem deixar a emoção falar por nós.Decidimos que era hora de anunciar nosso casamento e iniciar os preparativos. Como tudo o que aconteceu fora explicado, com clareza, C
Eu mal podia esperar a hora de encontrar com Tony. Ele tinha me deixado a todo vapor. E mais uma vez ele conseguiu fazer minha aula maçante ficar mais branda. Era praticamente o dia inteiro na universidade de psiquiatria. Graças a Amber, uma ótima sócia, ninguém me interrompia com problemas do trabalho. Eu estava ansiosa para contar a ela, a Carmen e a Bárbara tudo o que tinha rolado entre Tony e eu, mas queria deixar estabilizar primeiro antes de espalhar a notícia, eu tive que me conter.Saindo da universidade liguei rapidamente o celular para conferir as horas. Era quase 22h, a hora que tinha marcado. Eu tinha que chegar um pouco antes para tomar banho e me arrumar para ele. Saí depressa, dirigindo quase no automático. Até um cãozinho atravessou a rua na frente do carro quase se matando. Cheguei em casa e percebi algo diferente. A porta estava aberta. Meu coração acelerou, meu desesp
Último capítulo