Desafios do amor
Desafios do amor
Por: Eugenia Haensel
Capítulo um

Abri meus olhos ainda embaçados, não tinha ideia de onde estava e nem sei como parei nesse lugar, só ouvia sons com ruídos, tentei ver algo em volta, mas não conseguia mexer meu pescoço, só via o teto branco, e muitos fios, algo que me fez perceber que estava em um hospital, me assustei e tentei reagir, não sabia porque estava ali.

Tentei respirar, mas algo tapava minha boca, tentei chamar alguém, mas só saíam gemidos e sentia muita dor.

— Suzan, meu amor, você acordou, não se esforce, vou chamar alguém.

Não entendo nada que está acontecendo, só fecho os meus olhos na esperança de estar em um sonho e acordar logo.

O rapaz bonito que está no meu quarto fica visivelmente preocupado e chama um enfermeiro, encontra uma enfermeira no corredor e a chama.

— Oi Suzan, finalmente acordou, meu nome é Flávia, estou responsável por você aqui, vou tirar seu aparelho, tente não se esforçar para falar, você pode sentir dores na garganta em decorrência do tubo, pode sentir náuseas, tonturas, enjoo e dor de cabeça.

A enfermeira puxa delicadamente um tubo que sai da minha garganta e dá um enorme desconforto me fazendo sentir ânsia, uma sensação muito ruim.

Não sei o que é mais estranho, a sensação do tubo ou aquele monte de gente que nunca vi em minha vida, aglomerados a minha volta, e eu sem saber nada do que estava acontecendo.

Ela faz alguns testes comigo, mas não me lembro de absolutamente nada nem ninguém, isso é aterrorizante, me deixa profundamente perturbada, esperando respostas para cada pergunta, tinha o sentimento de estar em um pesadelo.

Forçando em minha memória o que havia acontecido e quem são essas pessoas, sinto um enorme desconforto abdominal, de repente a vontade de vomitar é enorme, faço ânsia e o rapaz me traz uma sacola para que eu vomite nela.

Depois de jogar tudo o que eu nem sabia ter comido para fora, encaro o moço nos olhos e sinto uma paz enorme, uma sensação de conforto me acomoda, eu só queria lembrar quem é esse moço que me dá essa sensação.

— O que ela tem? Porque não me reconhece? —Ele pergunta com voz suave.

— Calma senhor, vou chamar o médico, ele te esclarecerá todas as dúvidas.

— Por favor, não pode me adiantar o que pode ser?

— Só o médico pode te explicar melhor, mas pelos sintomas ela está com perda de memória recente por causa do forte impacto que teve na cabeça, pode ser temporária, vamos confirmar.

A enfermeira desaparece fechando a porta logo em seguida à procura do médico para diagnosticar meu caso.

Minha cabeça doía, cada movimento de pessoas me trazia mais perguntas. Porque estou aqui? De que impacto na cabeça a enfermeira se referia? Quando mais eu forçava para lembrar, mais confusa eu ficava.

O moço segura a minha mão, mas, eu sem saber quem ele era, ou o que tinha acontecido, encolhi minha mão evitando que ele a tocasse.

Tentei, com muita dificuldade formular algumas perguntas aquele moço que eu não reconhecia, minha voz saía abafada e rouca. Ele me tratava com carinho, me chamando de amor o tempo todo.

—Porque está aqui? Não te conheço. Como eu cheguei até aqui? Porque não me lembro de nada? —As perguntas eram muitas.

Ele parecia preocupado, mas teve muita paciência.

—Calma meu amor, muitas perguntas serão respondidas assim que o doutor te ver.

—Eu sou Tony, somos noivos e você sofreu um acidente que te deixou em coma por duas semanas, eu não via a hora de te ver acordada, te ouvir novamente, mas nosso...

Antes de Tony concluir o raciocínio, a enfermeira empurrou a porta do quarto juntamente com o Doutor.

—Olá Suzan, que bom que acordou, sou o Dr. Eliardo, o neurologista do hospital e vou te examinar. —Como está se sentindo? Pode me dizer tudo o que sente? Vou responder suas perguntas enquanto te examino.

Eu estranhamente me sentia mais confortável agora com o médico por perto, talvez ele me esclareceria todas essas perguntas que estava me deixando maluca.

Enquanto ele levantava a minha pálpebra com uma luz muito forte no meu olho, eu tentava com dificuldade formular as perguntas.

—Doutor, o que... aconteceu comigo? —Minha voz saía embargada e as vezes tinha que parar e dar um tempo para retomar a questão.

O doutor Eliardo parecia muito preparado para responder minhas perguntas, ele falava tudo com muita propriedade e sabedoria.

—Srta. Suzana, você sofreu um acidente e bateu fortemente a cabeça e teve traumatismo craniano, por isso está com dificuldades para lembrar, mas vamos fazer alguns testes e exames para saber se sua perda de memória é temporária ou não.

—Posso ficar sem memória para sempre? E... Esse rapaz que fica sempre aqui, me chamando de "sua noiva ", ele diz a verdade? Porque não me lembro dele?

—Pode ser só confusão por causa do coma, mas com os exames vamos diagnosticar. Esse rapaz é o Tony, foi o contato de emergência que encontramos no seu celular, ele foi seu último contato, por isso ligamos para ele e concluímos que, sim, ele é seu noivo a dois anos, estavam planejando o casamento.

—Mas, Suzan, tente não se esforçar muito, você acabou de acordar de um coma, descanse um pouco, vou solicitar alguns exames e retornaremos com respostas.

Virando—se para Tony, o médico diz.

—Tony, quando quiser descansar, tomar um banho, pode ir para casa está bem, ela está fora de perigo, e você já está muito tempo aqui, vamos conversar no corredor para ela poder descansar, pode ter certeza, ela está em boas mãos, a enfermeira Flávia é muito bem preparada.

—Não tenho dúvidas doutor, vocês são anjos, cuidaram muito bem dela, só tenho a agradecer. —Tony e o Dr. Eliardo desapareceu deixando a porta fechar vagarosamente atrás deles.

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