Entre Palavras e Olhares
O dia começou com um calor suave de primavera, a luz atravessando as cortinas e espalhando-se pelo escritório de Miguel, iluminando pilhas de livros, papéis soltos e anotações rabiscadas à mão.
O cheiro de café recém-passado ainda pairava no ar, misturando-se ao perfume leve das flores que Clara trouxera do quintal.
Miguel sentou-se à escrivaninha, observando o movimento lá fora.
Brenda corria pelo quintal, agora com passos mais seguros e menos hesitantes, rindo das pequenas aventuras que inventava a cada instante.
Clara aparecia e desaparecia, cuidando das tarefas domésticas e mantendo o ritmo da vida da família.
Aquela harmonia simples, porém delicadamente estruturada, era o núcleo de tudo o que Miguel havia construído desde que saiu do hospital.
Mas algo novo se insinuava no ar:
A repercussão do livro.
O exemplar recém-lançado, fruto das palavras escritas com paciência e sinceridade, começava a ganhar atenção nas redes sociais, nas livrarias e entre