Reencontro de anos...
"Dilan"
Eu nunca entendi o porquê da dor de ser rejeitado não diminuir com o tempo. Dizem que a gente se acostuma, que aprende a seguir em frente. Mas a verdade é que cada ano que passa só aumenta o peso do abandono. Como se os dias confirmassem, com crueldade, que eu nunca fui desejado.
Cresci acreditando que meus pais tinham me rejeitado. Foi o que tia Clara me contou quando eu ainda era criança, com os olhos frios e a boca amarga. Mas o tempo tratou de escancarar as rachaduras nas mentiras dela. Ela me criou como um fantoche ,sempre exigente, sempre dura, e eu aprendi a sobreviver como se estivesse sempre pronto para a guerra.
Hoje, aos 25, sou o que chamam de homem feito. Alto, atlético, com olhos que herdaram a fúria silenciosa que não eram semelhantes a mulher que me criou e a curiosidade que nunca me abandonou. Me tornei aquilo que ninguém esperava: alguém que ainda acredita que a verdade vem, cedo ou tarde. E ela veio.
Veio no momento mais improvável, no meio de uma fe