Corpos que se conectam , lábios que se tocam.
Bella Ricci
O telefone ainda tremia na minha mão quando desliguei. A voz do Diogo soava diferente. Embargada. Mole demais. Reconheci de imediato o tom de quem passou dos limites e se tratando dele, isso nunca era pouca coisa.
Apertei os olhos e respirei fundo, tentando não gritar. Ele tinha ido ao cassino, de novo. E justo hoje.Justo hoje, quando Dilan estava na mansão com a Jullia e a irmã dela. O caos estava armado e, como sempre, tudo acabava nas minhas costas.
Desci as escadas da mansão com o coração disparado. Os saltos batiam forte no mármore, como se cada passo fosse uma batida de tambor no meu peito. Entrei na garagem e escolhi sem pensar: a Ferrari vermelha. Rápida. Precisa. Impiedosa.
Girei a chave, o motor rugiu e eu saí, deixando um rastro de fúria e borracha queimada atrás de mim.
Dirigi como se o mundo estivesse desabando, e talvez estivesse mesmo. Porque o que eu sentia era exatamente isso: desmoronamento. E o epicentro do terremoto era sempre ele. Diogo.