Capítulo 7 — O Dossiê (versão longa)
A madrugada ainda pesava sobre a cidade quando o toque insistente da campainha me arrancou do sono.
Nenhum som de passos no corredor.
Quando abri a porta, o hall estava vazio — apenas um envelope pardo repousava no chão, marcado com meu nome: Rafael Duarte.
Sem selo. Sem carimbo. Sem remetente.
Mas o papel… era espesso demais para ser simples correspondência.
Fechei a porta, sentei no sofá e rompi o lacre. Dentro, um maço de documentos amarelados, encadernados com um elástico preto.
Na primeira página, três palavras escritas em letras antigas, firmes, inclinadas:
“Dossiê Padilla — Confidencial.”
O ar pareceu rarear.
Folheei as páginas com cuidado, temendo que desmanchassem. Havia recortes de jornais antigos, telegramas, atas parlamentares, cópias de passaportes espanhóis, registros de embarque e, em todos eles, nomes repetidos: Padilla, Padilla, Padilla.
Às vezes como sobrenome, outras, como assinatura isolada — em caligrafia idêntica à da fotograf