O beijo na varanda terminou, mas deixou um eco silencioso no ar. Isabella sentia o gosto salgado do mar e a confissão crua de Pedro nos seus lábios. A frase dele – "Eu só quero ser o homem que se recusa a te perder" – era uma chave que tinha destrancado a última porta da sua fortaleza interior. Ela estava completamente rendida, não ao rei, mas ao homem vulnerável que se revelara à luz da lua.
Ele não a soltou imediatamente. Permaneceu a segurar o seu rosto, os polegares a acariciarem as suas bochechas, o seu olhar a percorrer cada traço dela como se estivesse a tentar memorizá-la. Aquele momento de paz, de silêncio compartilhado, era mais íntimo do que qualquer ato físico que tivessem tido.
— A comida vai esfriar — sussurrou ele, a voz rouca, relutante em quebrar o feitiço.
O jantar estava servido numa pequena mesa na mesma varanda, as velas a tremeluzir e a protegerem-se da brisa suave do mar. Sentaram-se, e pela primeira vez, a conversa fluiu com uma leveza que era ao mesmo tempo no