Isabella saiu do escritório de Pedro sentindo-se como uma astronauta que acabara de retornar à Terra, a gravidade parecendo pesada e estranha. O zumbido do andar, que antes era o som ambiente de sua vida, agora parecia distante e abafado. Seu corpo inteiro ainda vibrava com a memória do beijo, do toque, da forma como ele a pressionara contra o vidro, com o mundo aos seus pés.
Ela se sentou em sua mesa, as mãos tremendo levemente. Olhou para a porta fechada do escritório dele, de onde ainda podia ouvir o murmúrio baixo e sério de sua voz ao telefone. A transformação de amante apaixonado para CEO de gelo fora instantânea, brutal. A demissão dela no final da interação a deixou com uma sensação de vertigem.
Ela não podia ficar ali. Não podia esperar que ele saísse e a olhasse com aqueles olhos indecifráveis, como se nada tivesse acontecido. Precisava de espaço. Precisava respirar.
Com movimentos deliberados e automáticos, ela organizou sua mesa para o dia seguinte. Pegou seu celular e env