A segunda-feira chegou, não com uma explosão, mas com uma mudança sísmica na atmosfera do 12º andar. Quando Isabella saiu do elevador, sentiu imediatamente. Os olhares.
Antes, ela era invisível, uma peça funcional do mobiliário do escritório. Agora, cada cabeça se virava quando ela passava. Ela ouvia os sussurros morrendo quando se aproximava, seguidos por um silêncio pesado. A notícia da "associada" de azul que acompanhou o CEO ao leilão de arte havia se espalhado como um incêndio.
Ela manteve o queixo erguido e caminhou até sua mesa, o coração batendo uma batida firme. A Isabella de duas semanas atrás teria se encolhido. A Isabella pós-Tóquio sabia que aquilo era apenas o primeiro teste do dia.
Pedro chegou e a rotina deles era um paradoxo. Em público, ele era o Sr. Montenegro, distante e exigente. Mas nos breves momentos a sós em seu escritório, quando ela lhe entregava um documento, os dedos dele roçavam deliberadamente nos dela, e o olhar que ele lhe lançava era carregado com a m