A pequena vitória de Isabella sobre Verônica não lhe trouxe alegria, apenas uma satisfação sombria. O resto do dia transcorreu em uma calmaria tensa. Verônica não olhou mais em sua direção, e os sussurros nos corredores se transformaram em olhares de respeito temeroso. Isabella se tornou, em um único dia, uma entidade a ser observada, não mais a novata a ser testada.
Mas o silêncio de Pedro era um peso constante. O muro de gelo entre eles permaneceu intacto, e cada hora que passava sem que ele a chamasse parecia uma pequena derrota que anulava sua vitória sobre Verônica. Ela sentia falta da tensão, da eletricidade, até mesmo da raiva dele. Qualquer coisa era melhor do que aquela indiferença polar.
Quando o relógio se aproximou das sete da noite, a maioria dos funcionários já havia partido. Isabella organizou sua mesa, preparando-se para ir embora, o gosto amargo da distância forçada em sua boca. Foi então que o intercomunicador, silencioso o dia todo, soou.
A voz dele era apenas isso: