Eram exatamente seis horas da manhã quando Dante Marroquim estava no hospital, acompanhado do irmão Rafael. As duas horas de espera haviam sido as mais longas de sua vida. Cada minuto parecia se estender de forma cruel, esmagando seus nervos pouco a pouco. Ele começava a perder a paciência quando reconheceu, ao longe, o mesmo médico que falara com ele no dia anterior caminhando em sua direção. Dante levantou-se de imediato; segundos depois, Rafael fez o mesmo.
— Bom dia, senhores — cumprimentou o médico, alternando o olhar entre os dois.
O rosto sulcado por rugas parecia diferente daquele do dia anterior. Havia algo mais leve em sua expressão; seus olhos até brilhavam por trás das lentes. Dante quis acreditar que aquilo era um bom sinal, mas ainda assim um arrepio percorreu seu corpo, da nuca até a sola dos pés.
— Tenho excelentes notícias.
Aquela palavra soou como música. Era exatamente o que Dante precisava ouvir.
— Luz acordou e respondeu muito bem aos testes de motricidade. Os mem