— Gostosuras ou travessuras — dizia o menino sempre que alguém abria a porta de casa.
Ele estendia as mãos, segurando uma pequena cumbuca em forma de abóbora, onde as pessoas depositavam os doces.
— Quer um doce? — perguntou o garoto, puxando para trás o capuz que completava a fantasia. Seu rosto era redondo como o da mãe; a pele clara, salpicada por algumas sardas, e os olhos de um bonito tom de amêndoa, mais claros do que os de Samara.
Alana assentiu com a cabeça. O menino enfiou a mão dentro da cumbuca e depois a estendeu em sua direção, cheia de balas e caramelos de todos os tipos.
Alana passou o resto das visitas comendo doces. Quando criança, a mãe lhe dava, de vez em quando, um caramelo ou um pedacinho de chocolate. Já adulta, no convento, sobremesa só aos domingos. A alimentação era saudável, equilibrada… e extremamente entediante.
Os sabores — alguns totalmente desconhecidos — vinham em diferentes texturas, explodiam sobre sua língua e seu paladar, provocando um prazer inexpl