O silêncio do escritório era cortado apenas pelo tique-taque impiedoso do relógio de parede. As paredes frias e elegantes, cobertas com painéis escuros e detalhes em dourado, pareciam observar com julgamento o homem que se encontrava atrás da imensa mesa de carvalho. Derick mantinha os olhos cravados no relógio, como se pudesse, por pura força de vontade, fazê-lo parar. Os ponteiros marcavam nove e quinze.
Ele apertou os punhos.
“Nove e quinze”, murmurou com desdém. “Claro que está atrasada. Sempre no controle, não é, Erika?”
Era um jogo antigo. Ela sabia exatamente como provocar, como ferir, como manipular até o ar que ele respirava. Atrasar-se não era apenas um descuido — era uma mensagem. Uma maneira calculada de lembrá-lo de que ainda tinha poder, de que o passado ainda a mantinha entre as sombras da vida dele. Derick sabia disso. E, mesmo assim, odiava-se por ainda ser afetado.
A raiva subia como um incêndio por seu peito. Ele se levantou bruscamente da cadeira de couro, empurran