As câmeras esperavam por ela, mas não era um desfile. Nem um evento de gala.
Era uma escola antiga, reformada com doações, cercada por meninas de olhares desconfiados. Algumas com o cabelo cortado à força, outras com cicatrizes que os vestidos floridos não escondiam. Meninas como ela já foi um dia.
Ketlyn respirou fundo antes de atravessar o pátio.
O lugar ainda cheirava a tinta fresca e esperança.
Derick segurava sua mão, mas dessa vez era ela quem guiava. E ele apenas seguia — orgulhoso.
Ao fundo, um banner com o nome do projeto:
Instituto Ketlyn — Por Ela Mesma.
O nome tinha surgido durante uma noite de insônia. Ela não queria um abrigo, nem um nome de ONG que soasse como caridade. Aquilo não era sobre esmola. Era sobre devolver dignidade.
Ketlyn subiu os três degraus até o microfone montado em frente às crianças. O coração acelerado. As mãos trêmulas.
Ela olhou para Luke, que estava ao lado de Carla e Kleber, usando uma pequena camisa social e segurando um desenho.
O mesmo que ela