O motor do carro ronronava sob suas mãos como uma fera contida. Giovanni dirigia pelas ruas da cidade com a mesma agressividade com que costumava comandar suas reuniões, impaciente, decidido, frio.
Mas por dentro… Por dentro ele era o completo oposto.
O silêncio no interior do carro era sufocante. Só o som do próprio coração martelando nas costelas o acompanhava, e cada batida parecia ecoar:
Você está perdido.
Ele apertou o volante com tanta força que os nós dos dedos ficaram brancos.
Maldita garota.
Maldita criança de olhos verdes confiando em mim como se eu fosse digno.
Maldita Sophia com seu sorriso doce e sua bravura silenciosa.
Aquelas palavras, aquelas malditas palavras, ainda ecoavam nos seus ouvidos:
“Cuida dela, tá? Minha mana é a melhor de todas.”
Giovanni bufou, irritado, como se pudesse expulsar a lembrança para longe, mas era inútil. A pequena mão de Hanna apertando a sua parecia queimar em sua pele como fogo, e aquilo o corroía.
Ele não era feito para cuidar.
Não era fei