O céu de Moscou ainda carregava tons densos de cinza perolado e dourado pálido quando os primeiros feixes de luz filtraram-se pelas longas cortinas de veludo do quarto principal da cobertura. Lá fora, o mundo despertava lentamente. Mas ali dentro, o tempo parecia suspenso, espesso, silencioso, quase reverente.
O relógio marcava pouco depois das seis da manhã.
Giovanni Bianchi despertou como um predador satisfeito. Seus olhos não se abriram de imediato; ele permaneceu deitado por alguns segundos, sentindo o calor que ainda emanava do corpo ao lado, como uma brasa que nunca se apaga. O lençol de linho egípcio deslizava por sua pele nua, ainda marcada pela noite anterior, mas sua atenção já estava voltada completamente para ela.