O hospital era frio demais.
Laura segurava a mão de Apollo como se o calor dos dedos dele fosse o suficiente para afastar todos os pesadelos dos últimos dias. Ele dormia sob efeito dos analgésicos, os cortes no rosto já tratados, os hematomas cobertos por curativos. Ainda assim, cada parte machucada parecia refletir em Laura.
Ela não dormira desde o resgate. Ficava ali, observando a respiração lenta de Apollo, oscilando entre gratidão e culpa. Por mais que todos dissessem que ela havia feito o certo, não conseguia se livrar da sensação de que demorara demais.
A porta do quarto se abriu suavemente.
— Laura? — César entrou com passos leves. — Precisamos conversar.
Ela assentiu, ajeitando-se na poltrona ao lado da cama. César fechou a porta, depositou uma pasta sobre a mesa auxiliar e sentou-se.
— A perícia terminou de analisar o esconderijo. E encontramos algo que não esperávamos.
Laura franziu o cenho.
— O quê?
Ele abriu a pasta, revelando uma sequência de fotos.
— Uma câmera escondida