Assim que a porta se fechou atrás de Rafael, Helena deslizou pela parede até sentar-se no chão frio do vestiário.
Sua cabeça girava, os lábios formigavam como se ele realmente a tivesse beijado — mas ele não beijou.
O que doía mais: o fato de ele ter se afastado ou o fato de ela ter desejado que ele não tivesse?
Ela apertou os joelhos contra o peito, respirando fundo, tentando ignorar o calor persistente que invadia seu corpo, o desejo latente que nenhuma quantidade de lógica conseguia apagar.
Não era só atração física. Era o peso de tudo o que tinham passado, de todas as coisas não ditas, dos olhares, dos silêncios carregados.
E agora... agora era tarde demais para fingir que nada existia.
Helena fechou os olhos e encostou a cabeça nos joelhos, tentando se recompor.
Tentando, inutilmente, esquecer o quanto queria sentir de verdade a boca dele na sua.
Rafael atravessou o corredor feito uma tempestade sile