Capítulo 22

Assim que a porta se fechou atrás de Rafael, Helena deslizou pela parede até sentar-se no chão frio do vestiário.

Sua cabeça girava, os lábios formigavam como se ele realmente a tivesse beijado — mas ele não beijou.

O que doía mais: o fato de ele ter se afastado ou o fato de ela ter desejado que ele não tivesse?

Ela apertou os joelhos contra o peito, respirando fundo, tentando ignorar o calor persistente que invadia seu corpo, o desejo latente que nenhuma quantidade de lógica conseguia apagar.

Não era só atração física. Era o peso de tudo o que tinham passado, de todas as coisas não ditas, dos olhares, dos silêncios carregados.

E agora... agora era tarde demais para fingir que nada existia.

Helena fechou os olhos e encostou a cabeça nos joelhos, tentando se recompor.

Tentando, inutilmente, esquecer o quanto queria sentir de verdade a boca dele na sua.

Rafael atravessou o corredor feito uma tempestade sile
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