A varanda do meu quarto era o único lugar da casa que ainda me abraçava.
Talvez fosse por causa da vista: o jardim vasto, cheio de árvores antigas que dançavam com o vento suave. Ali, o mundo ainda parecia um pouco bonito.
Inspiro fundo, tentando acalmar o que insiste em pulsar dentro de mim.
Mika.
A lembrança dela vem como uma lâmina gelada.
A imagem do vídeo ainda me persegue. Tão diferente… tão frágil. Assustada. Sozinha. Um medo que eu nunca imaginei ver naquela mulher.
Ela está aqui. Presa. Por Leonardo.
E agora… ele vai atrás de Long.
Fecho os olhos, meus dedos se apertam com força no corrimão da varanda.
Conversamos hoje cedo.
Leonardo saiu incerto, com aquele olhar desconfiado de quem odeia não ter controle. Me aconselhou. Quase implorou. Falou com tanta intensidade que eu deveria ter absorvido tudo… mas não consegui.
Meu coração já estava em outro lugar.
Long.
Minha mente grita por respostas.
Preciso encarar ele. Preciso entender. Confrontá-lo não por capricho,