Era exatamente onze da noite.
E eu estava inquieta. Inquieta de um jeito que nem o silêncio resolvia.
Meus olhos vagavam pela escuridão dos fundos da casa de Leonardo.
Ele ainda não havia voltado.
Mais cedo, me ligou dizendo que chegaria à noite, mas a noite já havia chegado. E ele nada.
Rita dormia no quarto ao lado.
E eu seguia no sofá da varanda dos fundos, imóvel, com o celular pesando na minha mão como se fosse uma bomba prestes a explodir.
As mensagens de Long ainda estavam na tela.
Ele estava em Chicago.
Queria me ver.
E pediu que eu não contasse nada a Leonardo.
Não sei o motivo exato.
Mas alguma coisa me diz que isso não é só um reencontro.
É uma escolha.
E o problema é que escolher entre Long e Leonardo seria o mesmo que puxar um gatilho contra mim mesma.
No fundo, eu sei: cedo ou tarde, isso vai explodir em guerra.
E eu estarei no centro, obrigada a escolher um lado.
Mas eu não quero.
Não quero me prender a nenhuma guerra — exceto à minha.
A razão berra: conte tudo a Leonar