— Eu nunca parei para pensar que tudo isso poderia estar sendo manipulado… — Alexander passa a mão pelo rosto, tentando arrancar a verdade com os dedos. — Como a gente não viu antes?

Ele tá frustrado. E também se culpa. Dá pra ver.

Rodolfo continua calado. Mas o silêncio dele diz o que ele não consegue engolir. A culpa tá ali, no fundo da garganta.

Estamos no alto da sede da rede de hotéis. Um andar acima de tudo. Mas não o bastante pra fugir do inferno que a gente mesmo construiu.

Vim para cá depois de encontrar Zael.

Harumi era o motivo? Sim. Mas não só. Tudo o que descobri nos últimos meses tá explodindo na minha cabeça. E agora faz sentido. Um sentido que ainda queima.

— A gente nunca investigou de verdade — Rodolfo diz. — Achamos que Takeshi era o fim da linha. Que o caos era problema dele.

— Talvez fosse o que ele queria que pensássemos — retruco. — Talvez a bagunça fosse a melhor camuflagem.

Alexander se recosta na cadeira. Me encara.

— E agora?

— Agora eu trago ele até mim. No